Linha “Matéria” da Castelatto utiliza materiais provenientes do reaproveitamento de resíduos, entre eles, descartes de louças da Deca, contribuindo para minimizar impactos ao meio ambiente.
A Dexco, empresa multinegócios de materiais de construção, reforma e decoração, dona das marcas Deca, Portinari, Hydra, Duratex, Castelatto, Ceusa e Durafloor, acaba de lançar seu mais novo produto criado com base em conceitos de economia circular. Trata-se de um brick – tipo de revestimento de parede que cria o visual de tijolinhos aparentes – lançado pela Castelatto e que leva em sua composição mais de 70% de materiais sustentáveis.
A economia circular é um conceito econômico que se baseia no prolongamento da vida útil e na reincorporação de resíduos no ciclo produtivo, por meio da reciclagem. No caso do novo brick da Castelatto, o material é produzido a partir do pitcher (resíduos de louças) de produtos da Deca que apresentaram defeitos estéticos e que foram trituradas, em vez de irem para o mercado. É uma alternativa ao tradicional sistema linear, reforçando a busca da marca Deca pela maior preservação de recursos naturais, por eficiência energética e pelo combate ao desperdício, que está alinhada à sua estratégia ESG que permeia o “design para viver bem” em todos os aspectos.
“Nós aproveitamos o pitcher da nossa marca Deca, que até então não era utilizado, e acabava sendo descartado como um resíduo do processo produtivo, e transformamos em uma solução, como matéria-prima, para a Castelatto, marca especializada em revestimentos de concreto arquitetônico, que atende um público exigente, sempre atento às tendências contemporâneas de design”, conta Raul Guaragna, VP de Revestimentos e Acabamentos para Construção da Dexco.
“Não só conseguimos dar uma destinação mais nobre para o pitcher, contribuindo para minimizar impactos ao meio ambiente ao evitarmos o envio para aterro sanitário, mas também geramos uma linha de produtos única, muito bonita, com produção mais econômica e sustentável”, ressalta o executivo.
Reaproveitamento e economia
A economia se explica porque a empresa reduz seus custos com a destinação do pitcher para o aterro, entre outros ganhos logísticos. Além disso, a Castelatto, ao substituir os agregados que costuma usar na linha produtiva por pitcher, está deixando de comprar areia, pedra, entre outros, utilizando de forma mais eficiente os recursos naturais e trazendo ganhos financeiros a cada tonelada de pitcher que é reaproveitada. É gerado para a companhia como um todo, uma economia de R$ 240 mil a cada mil toneladas de pitcher reaproveitado.
Segundo Guaragna, a oportunidade floresceu em 2023, devido a uma conjunção de fatores externos e internos: o aumento da demanda do mercado por produtos sustentáveis e a economia circular despertando cada vez mais a atenção do consumidor, aliados à demanda da própria marca por um produto mais sustentável e único.
“A área de design da Castelatto já estava solicitando alguma inovação da linha Mosaico, que são vários quadradinhos em diversas cores, que podem ser combinados. Atrelada a isso, a empresa lançou uma chamada interna em busca de ideias dos colaboradores que unissem inovação, sustentabilidade e tecnologia, através do programa Imagine, seu veículo de intraempreendedorismo que reconhece e premia os inovadores da companhia”, explica Raul Guaragna. Esta ideia de circularidade surgiu na campanha interna lançada durante o Mês ESG na Dexco, batizada de Desafio da Inovabilidade, e foi apresentada por dois colaboradores de negócios diferentes que se uniram na liderança do projeto, Gabriel Veloso, de Deca Louças Jundiaí, e Rodrigo Vieira, da Castelatto. “A existência de uma comissão ESG na companhia também ajudou a facilitar a aprovação de todo o processo”, completa Raul.
Para chegar na formulação final do revestimento, o projeto piloto começou a ser executado em julho do ano passado. Em dezembro, os primeiros produtos finais ficaram prontos, e os resultados surpreenderam: a utilização de pitcher na massa se mostrou viável em uma porcentagem maior do que o dobro da ideia inicial (chegando a 70%) e os testes de resistência comprovaram que a nova fórmula é mais resistente do que já era, além de apresentar menor absorção de água e líquidos.
O lançamento da nova linha vai ao encontro de um dos indicadores de desempenho da Estratégia de Sustentabilidade da Dexco, que trata do uso eficiente de insumos e matérias-primas. “Esta nova linha de produtos da Castelatto é um bom exemplo de como a circularidade pode trazer ganhos aos nossos processos. Ao utilizar um material que já consumiu recursos naturais e energia para ser produzido, mas teria que ser destinado para um aterro sanitário, conseguimos dar um novo uso para ele e reduzir a demanda da Castelatto por novos insumos, contribuindo para que tenhamos operações cada vez mais ecoeficientes”, comenta Guilherme Setubal, Gerente de ESG e RI da Dexco.
De acordo com um estudo realizado pelo Mercado Livre, com dados coletados de usuários do Argentina, Chile, Colômbia, México e Uruguai, entre abril de 2022 e março 2023, o consumo de produtos sustentáveis com impacto positivo no meio ambiente cresceu 40% no Brasil, ficando acima da média da América Latina, cujo crescimento foi de 30%. Uma pesquisa da Opinion Box no último ano mostra que 67% dos consumidores brasileiros possuem o hábito de procurar sobre as práticas ESG de uma empresa antes de adquirir seu produto.
Essa não é a primeira iniciativa da Dexco voltada para a economia circular. A companhia já realiza, desde 2021, a compensação de embalagens de seus produtos por meio da utilização de créditos de reciclagem. Estes créditos são gerados por cooperativas que coletam e destinam para reciclagem quantidade de resíduos equivalente ao peso das embalagens que chegam ao consumidor final. Em 2022, compensou 9,7 mil toneladas de materiais referentes a 2021. Em 2023, foram compensadas 9,9 mil toneladas, o que representa 100% das embalagens plásticas e de papelão dos produtos Deca Louças e Metais, Hydra, pisos Durafloor e Revestimentos Ceusa, Portinari e Castelatto que chegaram ao consumidor final ao longo de 2022, em todo o Brasil.
A casa do futuro é regenerativa
De acordo com o estudo “O Futuro do Morar” feito pela Dexco em parceria com a consultoria de tendências e inovação Spark:off, evitar que os materiais terminem como resíduos em aterros sanitários continua a ser um objetivo fundamental para os fabricantes de superfícies. Assim, materiais reciclados se tornam cada vez mais bonitos e populares, sendo utilizados em interiores comerciais e residenciais.
“Entendemos que as moradias e as construções irão passar por uma série de transformações em função da migração para uma economia de baixo carbono. Novos sistemas construtivos e materiais mais eficientes terão grande demanda, e o maior valor estará na capacidade de entregar soluções de baixo impacto ambiental”, conclui Guaragna.
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